A indústria brasileira de móveis e colchões iniciou 2025 em trajetória ascendente. Segundo a nova edição da Conjuntura de Móveis, estudo mensal elaborado pelo IEMI com exclusividade para a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), o setor acumulou alta de 6,5% na produção física de móveis e colchões no primeiro bimestre do ano.
Em fevereiro, foram produzidas 34,4 milhões de peças, volume 1,5% superior ao registrado em janeiro. No acumulado dos 12 meses, a alta chega a 10,9%.
A receita da indústria acompanhou esse movimento, atingindo R$ 7,4 bilhões no segundo mês do ano, o que representa variação positiva de 1,6% frente a janeiro. No bimestre, o faturamento cresceu 16,0% em relação ao mesmo período do ano anterior.
“A indústria moveleira brasileira tem dado demonstrações de força, sustentabilidade ambiental e econômica, além de capacidade de adaptação. O aumento da produção, combinado ao crescimento das exportações e à manutenção dos investimentos, demonstra o compromisso do setor com o atendimento aos mercados interno e externo”, avalia Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel.
Contudo, Munhoz também pondera: “No entanto, é necessário uma atenção dos poderes públicos às pautas prioritárias do setor, principalmente daquelas relativas à melhoria da economia, de políticas de manutenção do emprego e da renda no país, ajustes tributários e fiscais, o ao crédito e a inserção do mobiliário nos itens de financiamento de programas habitacionais”.
O consumo aparente de móveis e colchões no mercado interno chegou a 34,5 milhões de peças em fevereiro, praticamente estável em relação a janeiro (-0,1%). No bimestre, o consumo interno acumula crescimento de 10,5% sobre igual período de 2024, com alta de 10,7% nos últimos 12 meses.
A participação dos produtos importados no mercado doméstico foi de 5,1%, nível superior à média histórica, mas com queda nas importações de 5,0% em fevereiro e de expressivos 27,9% em março, sinalizando um melhor alinhamento competitivo.
Por outro lado, as exportações brasileiras de móveis e colchões cresceram 31,5% em fevereiro, continuando em trajetória positiva em março, com alta de 15,4%, totalizando US$ 68,6 milhões no mês. O desempenho reforça a importância da agenda internacional do setor, que tem priorizado a diversificação de mercados e o posicionamento competitivo com base em design, sustentabilidade e inovação.
O setor também segue gerando empregos. O volume de pessoas ocupadas na indústria moveleira aumentou 2,1% em fevereiro frente ao mês anterior, acumulando alta de 4,2% no bimestre e de 6,2% nos últimos 12 meses. Em paralelo, os investimentos em maquinário e modernização continuam acelerando: as importações de máquinas para fabricação de móveis cresceram 52,9% no primeiro trimestre (janeiro a março) em relação ao mesmo período de 2024, com destaque para equipamentos voltados ao processamento de madeira.
O desempenho do varejo em fevereiro foi mais modesto. As vendas em volume caíram 8,9% na comparação com janeiro, e 0,2% no bimestre em relação ao mesmo período de 2024. Já em 12 meses, o volume vendido registra alta de 5,6%.
Em receita, as vendas foram 8,8% menores em fevereiro, mas acumulam crescimento de 2,5% no bimestre e 7,2% no acumulado anual. A inflação sobre móveis e colchões permaneceu estável no início do ano, com variação de +0,41% entre janeiro e março.