Exportações de móveis e colchões crescem 5,5% no 1º trimestre de 2025

Exportações de móveis e colchões crescem 5,5% no 1º trimestre de 2025

As exportações brasileiras de móveis e colchões prontos somaram US$ 173,23 milhões entre janeiro e março de 2025, um crescimento de 5,5% em comparação ao primeiro trimestre do ano anterior.

Impulsionado especialmente pelos resultados de fevereiro (+31,5%) e março (+15,4%), o desempenho reforça o avanço da indústria moveleira nacional em direção a uma estratégia de internacionalização mais diversificada e competitiva.

Os dados são levantados pelo IEMI, junto a fontes oficiais de pesquisa, com exclusividade para o Projeto Setorial Brazilian Furniture, uma iniciativa da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

O mês de março encerrou o trimestre com US$ 68,6 milhões em exportações, consolidando uma alta acumulada de 4,9% nos últimos 12 meses.

Esses números indicam resiliência diante de um ambiente global mais volátil, sinalizando os efeitos positivos dos investimentos em diferenciação de produtos e novos mercados — com foco em design, inovação, processos sustentáveis e maior presença tanto no comércio digital quanto nos principais eventos do setor no mundo.

Nesse contexto e frente a um cenário geopolítico em transformação, os Estados Unidos seguem liderando a pauta exportadora do setor, com US$ 48,2 milhões embarcados no trimestre. Apesar da retração em relação aos mesmos três meses de 2024 (tabela abaixo), o montante representa 27,8% do total exportado pela indústria moveleira brasileira no período.

O governo americano anunciou no início de abril um novo pacote de tarifas de importação, que ficou conhecido como “tarifaço”, como parte de uma ampla estratégia de protecionismo econômico com alcance global. Embora ainda seja cedo para medir o impacto sobre a indústria de móveis brasileira, é certo que a medida representa uma mudança.

“O que percebemos, contudo, é uma oportunidade de expansão à medida que outros mercados perdem competitividade. Isso porque em um cenário de endurecimento tarifário global, o Brasil foi relativamente preservado — recebendo a tarifa mínima de 10%”, explica a diretora-executiva da Abimóvel, Cândida Cervieri. Antes, a tarifa média sobre os móveis brasileiros era de 3,5%.

Esse panorama, embora traga uma maior taxação para o setor, pode conferir um diferencial estratégico para a indústria brasileira em relação a grandes players, especialmente a China, segundo maior fornecedor de móveis para os EUA, que a princípio enfrentaria tarifas que poderiam ultraar 145%.

Na manhã do dia 12 de maio, contudo, após encontro dos presidentes dos dois países na Suíça, os governos americano e chinês emitiram comunicado anunciando uma “trégua” na dita “guerra comercial”.

Dessa forma, as alíquotas que os EUA impam sobre a China devem ser reduzidas para 30%. Outros players importantes são o Vietnã (principal fornecedor, que recebeu sobretaxa de 46%) e o México (terceiro maior fornecedor, com sobretaxação de 25%).

Apesar da flexibilização nas tarifas de importação chinesa, portanto, especialistas acreditam que o cenário ainda tem o potencial de reconfigurar o mercado americano, abrindo espaço para fornecedores que combinem capacidade produtiva, confiabilidade logística e diferenciação de produtos — três atributos que a indústria moveleira brasileira possui e tem desenvolvido de forma consistente. Outro fator favorável é a proximidade geográfica entre os países em relação a concorrentes asiáticos ou europeus.

Outros mercados também vêm ganhando protagonismo nas exportações brasileiras de móveis e colchões. Destaque para os vizinhos sul-americanos, como Uruguai (US$ 18,2 milhões), Chile (US$ 12 milhões), Peru (US$ 8 milhões) e Paraguai (US$ 6,2 milhões); além de destinos estratégicos na Europa, como o Reino Unido (US$ 11 milhões) e a França (US$ 6,5 milhões).

No conjunto, as exportações para esses países indicam uma movimentação consistente da indústria nacional no sentido de reduzir a dependência de poucos mercados e ampliar sua capilaridade global.

A categoria “Outros países” — que inclui mercados emergentes na África, Ásia e Oriente Médio, entre outras regiões — também apresentou crescimento relevante, com US$ 46,5 milhões no trimestre, representando 26,9% do total exportado pelo setor.

A presença brasileira nessas regiões vem sendo construída com base em acordos comerciais, ações de promoção internacional e o fortalecimento de uma oferta alinhada às demandas locais.

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