A perda de biodiversidade é a terceira maior ameaça que a humanidade enfrentará na próxima década. Mais de um milhão de espécies atualmente enfrentam uma taxa de extinção sem precedentes e, segundo relatório da ONU, até 2022, pelo menos 40% da superfície terrestre da Terra se degradou como efeito cumulativo das ações humanas.
Diante dessa crise, monitorar e avaliar os impactos das atividades humanas e das iniciativas de conservação é cada vez mais importante. Os ecossistemas florestais e seu manejo responsável têm um papel relevante na manutenção da biodiversidade em todo o mundo.
Em busca de evidências robustas sobre o quanto o manejo florestal responsável, especialmente a certificação FSC, contribui para a conservação da biodiversidade, o FSC desenvolveu um mapeamento sobre esse aspecto em florestas certificadas FSC, num primeiro momento, na Suécia, Finlândia e no Brasil.
Entre os achados está o fato de que a certificação de Manejo Florestal FSC contribui para a conservação da biodiversidade, tendo sido registradas nas áreas certificadas espécies raras e ameaçadas de extinção tanto aqui no Brasil quanto nos países europeus.
Os dados revelaram que vários requisitos relevantes para a conservação da biodiversidade são mais rigorosos dentro da certificação do que a legislação nacional exige, e espera-se que isso gere valor agregado no campo.
No escopo do projeto, mais de 300 espécies categorizadas como ameaçadas, incluindo primatas, répteis, plantas, aves e grandes mamíferos, foram identificadas em plantações certificadas FSC no Brasil ou em suas áreas de preservação e conservação.
Na Suécia, nos últimos 20 anos, a probabilidade de ocorrência de 19 indicadores florestais chave e espécies da lista vermelha permaneceram estáveis em florestas certificadas FSC. E, no Brasil e na Finlândia, áreas de preservação atribuíveis ao FSC também aumentaram a conectividade florestal nas paisagens.
Já aqui no Brasil, especificamente, um levantamento de dados brutos conduzido pela Casa da Floresta Ambiental buscou entender os esforços de monitoramento atuais e o valor das informações disponíveis para avaliar a biodiversidade em florestas certificadas pelo FSC em território brasileiro. Foram analisados 30 detentores de certificados de Manejo Florestal, o equivalente a mais de 5 milhões de hectares, mais da metade da área certificada FSC no país.
Apesar do desafio de isolar o fator “certificação” para medir seus impactos diretos, pôde-se inferir que o efeito combinado dos requisitos legais e de certificação trabalhando juntos foi o verdadeiro valor agregado que aprimora a conservação da biodiversidade em escala de paisagem no País.
Além disso, com base em 882 mil registros de biodiversidade, e 7.158 espécies de fauna e flora identificadas, verificou-se que as florestas certificadas são verdadeiros refúgios de vida — e mesmo em plantações, funcionam como pontes ecológicas que garantem conectividade, conservação e resiliência.
