93,1% do consumo interno de móveis e colchões no México é de importados

93,1% do consumo interno de móveis e colchões no México é de importados

O México é o segundo maior mercado da América do Norte e uma das economias mais dinâmicas da América Latina, o país tem ampliado sua dependência de móveis importados, criando novas perspectivas para fabricantes e designers brasileiros que desejam atuar de forma estratégica e sustentada no comércio exterior.

Essa visão é detalhada no “Estudo de Oportunidades – País-Alvo: México”, elaborado pelo IEMI com exclusividade para empresas participantes do Projeto Setorial Brazilian Furniture — iniciativa da ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

De acordo com o estudo, 93,1% do consumo interno aparente de móveis e colchões no México foi atendido por importações em 2023 — um crescimento de 43,5 pontos percentuais em relação a 2019 (período de referência do estudo). Esse dado sinaliza não apenas a abertura do mercado mexicano, mas também a dinâmica da indústria moveleira local, formada majoritariamente (97,6%) por micro e pequenas empresas com produção artesanal voltada à exportação, especialmente para os Estados Unidos.

No mesmo período (2019-2023), as exportações brasileiras no setor para o México avançaram 110,5%. Crescimento que se manteve no ano seguinte. Em 2024, a indústria brasileira de móveis e colchões exportou US$ 20,5 milhões (FOB) em produtos prontos para o mercado mexicano, um acréscimo de 70,8% em relação ao ano anterior e de 259,7% frente a 2019.

A alta foi puxada especialmente por categorias como móveis de madeira para cozinha, que já representam 17% da pauta exportadora nacional ao país, e móveis de madeira para dormitório, com 7,7%. Além disso, o volume exportado em toneladas também cresceu de forma significativa entre 2019 e 2024: +325,8%.

Apesar de ainda abaixo de seu potencial, os números demonstram um cenário promissor. Segundo projeções do estudo, o Brasil pode ampliar suas exportações para o México nos próximos três a cinco anos, desde que mantenha o ritmo das ações de promoção internacional, aumente a diversificação do portfólio e aposte em produtos de maior valor agregado.

O estudo aponta ainda uma transformação nos hábitos de consumo no México. Com 81,6% da população vivendo em áreas urbanas, o consumidor mexicano ou a priorizar conveniência, ibilidade e marcas que oferecem bom custo-benefício — comportamento acentuado pelas crises econômicas recentes e pela influência cultural das regiões fronteiriças com os Estados Unidos.

O comércio on-line, inclusive, tornou-se o principal canal de compra de móveis e artigos para o lar, exigindo das marcas estratégias digitais robustas e personalização no atendimento.

Embora o tíquete médio permaneça abaixo de mercados como o canadense, os gastos anuais por família com móveis e decoração somaram cerca de US$ 2.100 em 2023, dentro de um orçamento médio total de US$ 36.264, segundo a OCDE. Os consumidores têm mostrado abertura crescente para produtos estrangeiros com design funcional, preço competitivo e entrega ágil — critérios que fabricantes brasileiros já atendem, mas que podem ser potencializados com ações específicas de posicionamento e distribuição.

O o ao mercado mexicano se dá por meio de diferentes regimes tarifários, incluindo acordos preferenciais bilaterais e regionais. Embora cerca de 81% dos produtos da pauta de móveis brasileiros não se beneficiem das isenções previstas no acordo ALADI (PTR-04), há margem para negociação e aproveitamento dos mecanismos já existentes, como a Cláusula da Nação Mais Favorecida (CNMF) da OMC e o Acordo AAP.CE Nº 53.

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